domingo, 7 de novembro de 2010

Síntese das antíteses, por Lao Tsé


Só temos consciência do belo
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom
Quando conhecemos o mau.
Porquanto o Ser e o Existir
Se engedram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis por que o sábio age
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza - e nada considera seu.
Tudo faz - e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua atividade.
Termina a sua obra
E está sempre no princípio.
E por isso sua obra prospera.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Respirar no Amor, segundo Osho



O amor é sempre novo. Ele nunca envelhece porque é não-cumulativo, não-armazenador.

O amor não conhece nenhum passado; é sempre fresco, tão fresco como as gotas de orvalho. Ele vive momento a momento, é atômico. Não tem nenhuma continuidade, não conhece nenhuma tradição.

Cada momento ele morre e cada momento ele renasce novamente. É como a respiração: você inspira, você expira; de novo você inspira e expira. Você não o guarda dentro.

Se você segurar a respiração você irá morrer porque ela se tornará viciada, ela se tornará morta. Ela irá perder aquela vitalidade, a qualidade da vida. O mesmo acontece com o amor; ele está respirando; a cada momento ele se renova. Então quando ficamos presos no amor e paramos de respirar, a vida perde toda significância.

E é isso que está acontecendo com as pessoas: a mente é tão dominante que ela até mesmo influencia o coração e o torna possessivo! O coração não conhece nenhuma possessibilidade, mas a mente o contamina, o envenena.

Então se lembre: apaixone-se pela existência! E deixe que o amor seja como o respirar. Inspire e expire, mas deixe que seja o amor entrando, saindo. Pouco a pouco a cada respiração você precisa criar essa mágica de amor.

Torne isso uma meditação: quando você expirar, sinta que você está derramando seu amor na existência; quando você inspirar, a existência está derramando seu amor em você. E logo você verá que a qualidade da sua respiração está mudando, assim ela começa a ficar algo totalmente diferente daquilo que você sempre conheceu antes.

Eis porque na Índia a chamamos de o prana da vida, não é apenas respirar, não é somente oxigênio. Algo mais está lá presente, a própria vida.