Pai,
Traga Seu Amor a meu coração e deixarei que ele se manifeste com simplicidade.
Sinto Seu abraço quando o vento roça meu rosto,
Toco Suas mãos quando meus dedos acariciam a grama verde,
Sinto Seu cheiro quando a água da chuva molha a terra,
Ou quando o fim de tarde realça o cheiro das flores.
Vejo Seu sorriso quando o sol se põe,
Enxergo Seus olhos quando o dia nasce,
Ouço Sua voz nas risadas das crianças,
No canto harmonioso dos pássaros,
No ruído forte do trovão.
Sinto Seu toque ao andar descalça na grama,
Ao acarinhar gatos e cachorros,
Ao enxergar os ipês floridos e os desenhos nas nuvens.
Sinto-Lhe nas coisas pequenas, sutis e silenciosas,
Mas também nas grandes e assustadoras.
Percebo o Seu amor que a tudo sustenta,
A Sua força que aos medos cala.
Escuto Sua música, danço em Sua harmonia
E é nisso que reside a minha felicidade.
Tão intensas são as distrações, tão grandes os desafios,
Mas entrego meu medo em Suas mãos e peço-Lhe que o transforme em luz.
Que eu pule, enfim, no oceano do Seu amor que se abre dentro de mim,
Que assuma a responsabilidade de ser parte de Seus sonhos
E instrumento de Sua sinfonia.
É chegado o momento final da batalha nas profundezas da alma,
E é a eternidade que se apresenta para, finalmente, executar a rendição do ego.
Uma morte, um renascer.
Procurei pela felicidade inutilmente através dos meus sentidos
E só agora percebo que ela esteve todo o tempo aqui,
Dentro de mim,
Expectadora, quieta,
A esperar pelo momento em que eu parasse de buscar, para simplesmente encontrar.
É simples, enfim!
Como andar descalço na grama,
Como sentir o cheiro da chuva,
Como ser acariciada pelo vento,
Como a espontaneidade dos sorrisos infantis.
É apenas o Seu amor em mim,
E apenas assim é que sei o que EU SOU.