sábado, 26 de abril de 2014

Minha liberdade espiritual.



Em primeiro lugar, quero deixar muito claro que NÃO ESTOU VINCULADA A NENHUMA RELIGIÃO, NENHUMA SEITA, NENHUMA DOUTRINA, NENHUM MOVIMENTO ESPECÍFICO QUE CULTIVE SEGUIDORES OU DEVOTOS. Não que eu tenha alguma coisa contra tais coisas. Não tenho. Aliás, até acho que sob uma certa perspectiva e em alguns casos, a religião é necessária e extremamente saudável à humanidade. Aos que me perguntam porque eu não me filio a uma religião, já que fui criada em preceitos religiosos: acredito que cada pessoa segue seu caminho vinculado àquilo a que precisa se vincular, e as filosofias dogmáticas definitivamente não estão no meu trajeto de agora. 

Isso não significa que eu esteja apartada do lado espiritual de minha vida, muito pelo contrário. Levo muito a sério questões filosóficas e espirituais. Sempre foi assim. Decidi, por livre e espontânea vontade, me batizar com Testemunha de Jeová aos 10 anos de idade por acreditar, de coração, que aquele era o caminho para o amor divino. Aos 20 me desliguei desta religião por perceber que meu caminho era outro. Não entrarei aqui no mérito dessa questão, até porque, respeito imensamente a religião em que fui criada, além de ter imenso afeto por muitos que ainda a professam.

Meu caminho é a espiritualidade livre e consciente. Lembro-me de observar o céu, introspectiva, analisando todos os pontos que me levavam a querer mudar o rumo espiritual da minha vida e ali, em silêncio, olhando o infinito, percebi que não era necessário que houvesse nenhum intermediário entre "Deus" e eu. E não há. Como dizia Leon Tolstói, "a minha religião é o Amor por todos os seres". E assim é.

Sim, eu acredito em reencarnação, mas isso não me faz espírita. Pratico meditação, e isso não me faz budista. Escuto mantras, e isso não me faz hindu. Tenho uma imagem de São Franscisco, e isso não me faz católica. Gosto de ler sobre Jesus e citá-lo sempre em minha vida, e isso não me faz evangélica. Gosto dos decretos da chama violeta, e isso não me faz teosofista. Acredito na existência de vida inteligente em outros planetas, e isso não me faz ufóloga. Pratico a não-violência em todos os âmbitos e em todos os minutos da minha vida, e isso não me faz tolstoiana. Acredito que o universo inteiro está dentro de nós e que é a isso que devemos dar atenção, e isso não me faz gnóstica. Prezo a minha liberdade de expressão, de sentimento e de pensamento acima de qualquer coisa, e isso não me faz anarquista. Fomento a reflexão, incentivo a fé raciocinada, acho saudável o questionamento, e isso não me faz descrente.

O respeito é a base do meu movimento por este planeta. Uma opinião diferente da minha não tem que ser errada; é apenas diferente. Luto por um mundo melhor com a única arma que acredito ter eficiência nessa batalha: a edificação do Amor incondicional dentro de mim mesma. A única transformação possível de ser feita é a interior, e é aí que está a beleza disso tudo: essa é a única forma de se mudar o mundo. Por quê? Por algumas razões simples: se um time ganha um jogo, não interessa quem marcou o ponto. Estamos todos num mesmo barco, somos de alguma forma interconectados e a física moderna já nos prova isso por meios racionais e lógicos. Portanto, cada indivíduo que edifica em torno de si o belo, ilumina um pouco mais a vida de todo o planeta. Além disso, é um fato já ensinado por todos os mestres e sábios que já pisaram por este mundo que só se ensina pelo exemplo. Jesus nada impôs a ninguém. Ele viveu sua filosofia, e aqueles que se interessaram, aprenderam observando suas ações. Ações...porque palavras o vento leva.

Meu caminho é o interior. Esse é o caminho que tem feito com que eu assuma a minha responsabilidade perante esta vida, que faz com que eu me esforce a cada minuto do meu dia para ser uma pessoa melhor, para amar incondicionalmente, para aprender sempre e cada vez mais com cada pessoa que aparece em meu caminho. Minha responsabilidade "fora de mim" é com o respeito e amor aos outros. Gentileza, tolerância e simplicidade são virtudes necessárias para uma consciência pacificada e pacífica. Exercito-me, todos os dias, na arte de amar sem esperar nada em troca, de aceitar as pessoas como elas são, de não ser tão dura comigo mesma, de estar feliz no aqui e agora, grata pelo que a vida me dá de bom.

Não quero convencer ninguém de nada, mas gostaria que as pessoas entendessem que não importa o nome que você dá a Deus, a religião que você professa, se você acredita ou não em vida após a morte, se acha ou não que existe reencarnação. O valioso de nossa existência é o Amor que edificamos em nosso próprio íntimo, são as boas sementes que lançamos em outros continentes de alma com nossa atitude amorosa. Essa é a base, isso é o fundamental. Sem essa prática, nenhuma filosofia espiritual ou dogmática tem valor.

Podem me ter como utópica demais, mas trabalho para fazer desse mundo um lugar melhor seguindo a orientação da parte mais bela de mim, sempre com muito respeito a tudo a minha volta. Faço a minha parte apenas, sem intenção de a ninguém convencer. Nutro apenas um desejo sincero de que as pessoas acreditem em ser possível ainda fazer com que a vida humana embeleze esse planeta, fazendo isso com suas prórpias vidas, seja em que religião ou doutrina for. Que a luz do Amor, puro e simples, se espalhe pelas pessoas, e que essa idéia abra nossos corações para o respeito e a tolerância com o que não se harmoniza com nossas convicções pessoais!!!

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