domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre o apego a velhas idéias


"...Nos tempos antigos, havia o pensamento comum de que a Terra era plana e que qualquer um que se aventurasse muito longe, em qualquer direção, provavelmente se perderia no espaço. Quando métodos mais acurados para determinar a forma do planeta foram descobertos, mostrando que ele era esférico, e não plano, as pessoas continuaram a se agarrar à antiga crença, a despeito das novas evidências ao contrário, e perseguiram os que apresentaram a nova idéia.

Muitas guerras foram travadas entre os que mantinham diferentes crenças ou idéias, ambos os lados igualmente determinados a provar que sua crença era a correta. Em consequência, o grupo que pensava diferente tinha que estar errado e deveria ser punido ou erradicado. É claro que tal tipo de impasse não está limitado somente a grupos ou nações e existe entre indivíduos em todos os níveis da sociedade. Ele nasce da necessidade tola e egoísta de tentar provar que estamos certos e concluir que qualquer um que discorde de nós tem necessariamente que estar errado, esquecendo que vários pontos de vista diferentes são possíveis.

Inúmeras situações similares se avolumaram através da longa história do mundo. O pior disto é que só raramente um dos lados está completamente certo ou inteiramente errado, visto que isto é totalmente relativo. Ninguém tem acesso à verdade plena sobre algo em um momento em particular. Cada um de nós tem sua própria pequena parte, mas tola e egoisticamente acredita que tem o todo, e quando isto parece diferir da parte de outra pessoa, estamos tão convencidos de que temos a figura inteira, que estamos igualmente certos de que o outro tem que estar errado.

A história dos três cegos que foram solicitados a descrever um elefante ilustra muito bem este ponto. Eles se aproximaram do animal e cada um esticou sua mão para tocá-lo a fim de determinar sua forma. A mão de um dos homens entrou em contato com a tromba e, pensando que havia tocado a criatura inteira, a descreveu como sendo longa e tubular como uma cobra. O outro homem tomou nas mãos uma das orelhas e descreveu o elefante como plano e maleável. O terceiro tocou a perna do elefante e declarou que o animal ela largo, roliço e firme e lembrava o tronco de uma árvore. Analisando a história, constatamos que todos estavam corretos relatando suas experiências individuais, mas falharam em perceber que cada um havia descrito somente uma parte do elefante inteiro, que era muito maior que a soma das três partes.

As crenças muito arraigadas caem nesta categoria. Existem muitos assuntos sobre os quais podemos ter conceitos muito fortes, e nem sempre verificamos se realmente acreditamos naquilo por ser verdade ou apenas por ser útil no momento presente. Muitos conceitos eram válidos em uma determinada época quando eram oportunos e úteis, mas não têm nenhuma importância agora, ainda que nos agarremos a eles como se garantissem algum tipo de segurança, como uma jangada em um mar revolto.

É necessário nos questionarmos repetidamente: "Eu realmente acredito nisso ou naquilo e isto é aplicável agora? Isto emperra meu progresso ou me libera para agir?" Se uma crença particular não é mais válida ela deveria ser abandonada. Assim como amadurecemos, muitas crenças acalentadas tornam-se obsoletas, e são um empecilho, em vez de auxílio.

Assim como ocorrem mudanças no mundo, particularmente as resultantes de todas as novas descobertas, invenções e métodos de trabalho, os velhos conceitos fora de moda que não são mais úteis, devem ser descartados para impedir nossa mente-macaco de continuar a se agarrar a eles, já que, nos livrarmos deles, nos deixaria livre do controle que exercem sobre nós..."


Texto retirado do livro "Domando a nossa mente-macaco - segundo os ensinamentos de Sai Baba", de autoria de Phillis Kristal.

Para quem não tem medo de novas idéias, visite os links seguintes e entre em contato com novas informações acerca do contexto cósmico que nos envolve. Apenas sementes para reflexão.

Projeto Orbum - Livro "O Drama Cósmico de Javé"

Projeto Orbum no youtube - Palestras de Jan Val Ellam

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O templo de Deus


O templo de Deus está no interior da alma.
Entre nessa quietude e sente-se, meditando,
com a vela da intenção queimando no altar.
Não há desassossego,
não há busca, nem tensão, ali.
Entre no interior da solitude.

O lugar mais amado por Deus
é o templo interior de silêncio e paz de Seus devotos.
Sempre que você entrar aqui, neste lindo templo,
deixe a inquietude e as preocupações para trás.
Se não se despojar delas,
Deus não poderá vir a você.

Não precisamos fugir para a floresta para buscá-Lo.
Podemos encontrá-Lo diariamente
nesta floresta de vida cotidiana,
na gruta do silêncio interior.

Paramahansa Yogananda

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Segredos de Deus revelados


A história da humanidade é permeada de mistérios, contradições e segredos. Um Ser Criador que exalta a "mão forte da justiça" e age de acordo com o "olho por olho, dente por dente" conduz a humanidade em conjunto com Seres de Amor Divino, que oferecem a outra face.

Enfim, estamos diante da Revelação Cósmica e novas informações nos chegam e fazem com que as peças dessa aparente contradição se encaixem, levando-nos a profundas reflexões acerca de quem nós realmente somos e qual nosso papel aqui neste planeta.

Abaixo a letra da música "Sob o sol", da banda "Sagrado Coração da Terra", que muito tem a ver com o contexto que estamos vivendo agora. O Deus Criador deste universo revela-se a nós e merece todo o nosso respeito e amor.
A seguir o link para o vídeo postado no youtube.

Sob o Sol

(Sagrado Coração da Terra)

Sobre as nossas cabeças o sol
Sobre as nossas cabeças a luz
Sobre as nossas mãos a criação
Sobretudo o que mais for o coração
Luz da fé que guia os fiéis
Pelo deserto sem água e sem pão
Faz de pedras o rio brotar
Faz do céu chover forte o maná
Quebra o vaso de barro do teu coração
Com o melhor vinho do teu amor
Pois quer a lei que ele se perca no chão
E floresça o deserto aos seus pés
Regando as areias, nebriando o regato e as luzes do
Éden das flores
Na terra dos homens
No circo dos anjos
Guardiões implacáveis do céu
Dançamos a dança da vida
No palco do tempo teatro de Deus
Árvores, sândalos, sonhos
Os frutos da mente são meus e são teus
Nossos segredos guardados
enfim revelados, nus, sob o sol
Segredos de Deus tão guardados
enfim revelados, nus, sob o sol

Link para o vídeo postado no youtube

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Senhor Javé



Eis a tempestade, em pleno oceano,
A brisa fresca da manhã, no primeiro dia do ano.
A inquietação, o movimento,
O sono, o lamento,
Dia de chuva e fim de tarde,
Noite longa e sol que arde,
Expectativa do porvir,
O olhar do passado, o partir.

O Senhor dos Exércitos, a Mão forte da Justiça,
O poder, a meta, a intolerância contra a cobiça,
Pai amoroso, amigo protetor,
Força intensa que circula os laços de amor.
Eis a luta e a trégua,
O perdão e a culpa,
A impulsividade, a estratégia,
O refazer, recomeçar, superar a tragédia.

Força intensa, porém leve.
Enigma indecifrável, porém simples.
O olhar detalhista e observador,
Que testa, faz, age e ignora a dor.

Eis o Criador, o Artista maior desse mundo.
Ampara o trabalhador,
Culpa o vagabundo.
Sustenta o equilíbrio e mantém a força invisível,
Grita em silêncio o temor incompreensível.

Deseja apenas o amor, simplesmente.
Mas tem no medo muitas vezes um grande aliado.
Menino travesso, assustado,
Incompreendido por nossa nação tão injusta e demente.

A minha fé, agora livre e ilimitada,
Trouxe meu coração de volta ao Criador do universo.
E aqui estou eu, firme e feliz,
Apesar de cansada.
Reconciliando-me com antigas crenças, resgatando a raiz.

O meu amor absoluto, agora mais consciente,
Faz meu corpo se curvar em respeito à Sua luta por mim,
Por toda essa gente.
E meu espírito, cheio de saudade e esperança,
Coloca-me atenta, disposta a lutar pela paz,
A espera da grande mudança.

E preparada para o grande momento,
Sem mais sentir medo, dor, ou lamento,
Entrego meu amor, meu respeito e minha fé,
Em servidão livre, consciente e doce ao Senhor Javé.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uma oração simples


Pai Amantíssimo,

Que a simplicidade reine soberana em minha alma todos os dias da minha vida.

Possuo um corpo complexo, que construiu uma personalidade complexa, e a inseriu em uma sociedade complexa. Em meio a tanta complexidade, que ao menos meu coração permaneça simples, ansiando pelo contentamento infantil diante da vida, desejando apenas Ser, amando simplesmente.

Que eu continue preferindo os pés descalços na grama aos saltos altos exigidos no mundo jurídico. Que a companhia dos meus sobrinhos seja sempre meu balsámo, meu refúgio, e que eles continuem a me ver como a adulta mais criança que conhecem, pois assim, sem saber, me abençoam ao dividir comigo a maneira simples com que enxergam o mundo.

Que eu continue a perdoar, a esquecer o que me machucou, a amar a quem me feriu. Que eu nunca ceda à vingança ou ao rancor, nem nunca me sinta vítima do mundo a minha volta. Antes, que eu enxergue que a minha vida como está é reflexo do que É o meu mundo interior, e assuma a responsabilidade das minhas escolhas, sendo elas certas ou não.

Que eu nunca me sinta só, mas se em algum momento a solidão me tocar que ela venha como uma amiga, a me ensinar mais sobre mim mesma e sobre o que devo fazer para ser uma pessoa melhor.

Que eu não me deixe levar por pensamentos ruins, nem dê atenção ao mal do mundo ou das pessoas, mas que enxergue o melhor de cada um e o bem de cada situação dolorosa.

Que as dificuldades da vida não me corrompam, nem tomem de mim meus princípios, valores e objetivos. Que eu não me apegue aos meus desejos, nem sofra ao não ter atendidas as minhas expectativas.

Pai,

Mas se for necessário sofrer, que eu aprenda com a dor;
Se for necessário que eu perca, que eu não desista da luta;
Se for necessário que eu fique só, que a solidão não se instale em meu coração.

Ensina-me a ver a Luz do meu próprio Ser, a me recordar apenas do que me enaltece, a aprender sempre, a crescer sempre, a amar sempre...

E sempre de uma maneira simples, com a beleza de uma criança que brinca em uma piscina num dia quente de verão, com a simplicidade infantil que nada pede em troca do sorriso de cada dia.

Que eu apenas seja, e só...

Amém!!!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Recordações...


Esfregava as mãos para tirar o excesso de terra. Sentia os grãos passarem por sua pele e, se pudesse colocar em palavras o que sentia, descreveria a essência de cada fragmento daquele solo. O vento passava-lhe pelos cabelos já grisalhos. O tempo batia a sua porta. O corpo já se cansava com mais facilidade, os reflexos já não eram os mesmos e nem os movimentos eram feitos com a mesma agilidade. Em compensação, havia aprendido a contemplar as coisas a sua volta com mais sabedoria. Em cada pessoa descobria um mundo de infinitas possibilidades. Em cada árvore, em cada animal de sua fazenda via uma essência divina que acalentava sua alma. Ao arar a terra sentia Deus na palma de suas mãos e quando apertava os grãos do solo contra sua pele sentia ter em si o zelo amoroso do criador para com a criatura, e sentia-se ao mesmo tempo esses dois personagens da história: era o Criador ainda em estado latente, tinha em si o desejo de criar, de modelar, de dar vida; e era a criatura servil e grata, que cuidava do lar que lhe foi concedido com todo o amor que sentia em suas veias.

Ao fim do dia, tudo ficava ainda mais belo. Ele voltava para casa devagar. Gostava de caminhar ao lado de seu cavalo, compartilhando com ele aquele momento, reconhecendo no animal um grande companheiro naquela jornada. O sol ia se recolhendo aos poucos, diminuindo a força de seus raios. Com a mesma leveza, as flores intensificavam seus cheiros, alguns animais despertavam para seu turno e o vento esfriava devagarzinho como se querendo apaziguar os movimentos, embalando o sono de todos os seres. Ele gostava especialmente deste momento do dia. O fim de mais um expediente nesta vida, o recolhimento silencioso da existência terrena. Nessas horas podia olhar de frente para o sol, a estrela de grandeza assustadora. Sentia a luz acariciar-lhe a pele como se fizesse uma limpeza em seu espírito. Ele abria seu coração e deixava-se invadir pela energia do fim do dia. Essa era sua oração, essa era a sua comunhão com Deus. Seus passos seguiam sutis, como o findar dos dias, e as palavras que escrevia nasciam inebriadas por toda sua contemplação.

E, todos os dias, antes de também se recolher, ao colocar sua cabeça no travesseiro, em sua confortável cama, em sua bela casa, pensava em todos os seus semelhantes encolhidos em suas taperas desconfortáveis e frias, mas que conseguiam perceber, assim como ele, a presença de Deus nas coisas mais simples. Olhava para a sua esposa ao lado, ainda bela, apesar de tocada pelo passar dos anos: ela tinha a sua disposição todo o tempo livre e todas as circunstâncias para que se dedicasse a sentir o divino, mas estava absolutamente imersa nos desejos do “ter”, consumida pelo que lhe faltava e ocupada com os pensamentos mundanos do consumismo. Como ele queria que ela sentisse aquela paz, que sentisse o abraço de Deus nas pequenas coisas, nas pessoas a sua volta, em tudo o que esse belo planeta azul nos oferecia. Mas ele não podia lhe ensinar. Podia apenas beijar-lhe carinhosamente a testa para lhe transmitir um pouco de todo amor que sentia: amor simplesmente, um amor desapegado de todos os objetos, de todos os desejos, um amor que não exigia dela nada além de sua existência.

Agradecia a Deus, e sentia o divino pulsar em seu coração. Entregava-se ao sono, embalado pela energia da noite, para que seu corpo já velho e cansado se recuperasse para o dia seguinte, quando continuaria a servir a Deus servindo a seus semelhantes, contemplaria a Deus contemplando o planeta, oraria a Deus reverenciando o findar de mais um dia, e honraria a Deus inebriando suas palavras com o mais puro amor que brotava de seu ser, e deixaria essas sementes para a humanidade para que, quem sabe um dia, alguém as conseguisse cultivar.