sábado, 22 de dezembro de 2012

21/12/12


Um dia marcado por profecias, especulação e piadas começou com um céu azul, ares de verão e sons de um novo tempo. Sinto-me muito grata por tudo o que a vida me deu de bom, mas, principalmente, pelo que ela me deu de doloroso. Aprender é sempre uma grande oportunidade e enxergar o sofrimento como lição é um exercício grandioso que acalenta o coração.

Despeço-me hoje de uma parte de mim mesma, de partes de coisas "velhas" que ainda deixam um ranço na vida. Despeço-me do que me doeu, das expectativas frustadas, dos sonhos impossíveis e dos sonhos possíveis pelos quais eu não soube lutar. Curvo-me ao novo, ao renascimento, ao refazimento de mim mesma em um novo tempo de ainda mais aprendizado. Não espero estar livre das dores, mas desejo imensamente suportá-las com coragem, esperança e grandiosidade, deixando-as ir embora para que as alegrias também cheguem. E quando estas chegarem, não espero que sejam eternas, mas que iluminem um pouco mais a minha alma para que eu tenha luz para suportar os instantes de escuridão em mim mesma.

Desejo limpar meu coração, livrar minha alma de meus próprios apegos e ter fé na vida ainda mais. Desejo enfrentar o mundo com responsabilidade, sem me sentir vítima, nem carrasca, mas capaz de realizar as mudanças externas que anseio a partir das transformações em minha própria postura diante da vida.

Desejo amar, amar e amar...tanto quanto me seja possível, mais ainda do que o impossível me mostra. E quero confiar novamente e mais; e se tiver que me decepcionar, que o bem em mim não permita que eu me transforme em um ser pessimista.

Espero tudo da vida, aceito tudo do universo e despeço-me hoje da postura infantil e ilusória que me marcou até então. E sigo daqui pra frente sem imaginar futuro, sem repensar passado, mas firme no aqui e agora, aceitando tudo como presente.

Um lindo novo tempo para a humanidade!!! Que esses ares de vida encham nossos corações!!!
Que a vida nos abençoe e se faça em nós!!!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sobre a realização de nossos sonhos, por Prem Baba




Pergunta: Amigo Prem Baba, tenho a sensação de que perdi a batalha, porque existem sonhos não realizados na minha vida. Devemos persistir em tentar realizar nossos sonhos ou desistir é a melhor solução? A sensação é de um lutador que treinou bastante e não conseguiu vencer o campeonato. Eu sinto culpa, pois parece que foi por incapacidade minha. Não sei a quem quero agradar. Percebo que isso bloqueia o fluir da minha vida. De repente, uma inércia bloqueia os comandos e parece que não sou bom o suficiente. Algumas vezes, penso que quero agradar meu pai ou minha mãe. Como me livrar dessa necessidade? Como aceitar que, às vezes, não conseguimos realizar os sonhos?

Prem Baba: Esse é um assunto profundo. Porque muitas vezes, os sonhos são criados pela própria corrente de negação, que inclusive cria sonhos impossíveis de serem realizados. Essa corrente de negação é uma expressão da autopunição. Não realizar tais sonhos é uma forma de se punir. Então, muitas vezes, você estabelece metas muito elevadas como uma forma de se punir; como uma forma de afirmar para si mesmo: “Eu não sou competente. Eu não sou capaz”.

Essa é uma forma de alimentar o ‘eu’ sofredor, na forma da vítima. Essa vítima é uma entidade, que como tudo que é vivo quer continuar viva. E esse ‘eu’ vítima vive de quê? Vive dos fracassos e das derrotas; e de todos os dramas criados por elas. Ele vive de todas as fantasias de impotência criadas pela derrota.
Quer dizer que eu não posso ter uma meta elevada para me direcionar? Sim, você pode ter uma meta elevada. Mas nesse caso, você tem consciência de que se trata de uma indicação baseada na realidade da sua percepção. A sua intuição diz que é possível e assim, você tem aquela meta em mente e move-se naquela direção. Isso pode vir da sua corrente afirmativa, porque ilumina o seu impulso de vida, ou seja, dá força para viver.

Mas, quando estabelece uma meta elevada e por não atingi-la você se lança nos infernos da natureza, culpando-se e punindo-se, isso é uma estratégia do tirano interno, do ‘eu’ idealizado, que faz você criar uma meta idealizada tão distante que é impossível de atingir. E atingir tal meta significa: “Se eu for perfeito, eu vou conseguir o que eu quero” (que é ser reconhecido e ganhar atenção). Mas, como é impossível atingir essa meta, você acaba caindo no vale do sofrimento.

Não é difícil de identificar uma meta que nasce da sua corrente de afirmação ou da sua corrente de negação: quando nasce da afirmação, ela ilumina o seu impulso de vida, ou seja, dá vontade de viver e de fazer o que precisa ser feito. Quando nasce da negação, cada vez que não atinge a meta, você cai nos vales sombrios.
Há que se fazer uma avaliação desses sonhos não realizados. Você passou a vida treinando para vencer qual campeonato? Qual é a batalha que você está perdendo? Há que se avaliar se é algo possível de ser realizado ou se é uma fantasia criada pela sua corrente de negação, justamente para você se sentir impotente. Se for algo possível de ser realizado, mas você simplesmente não consegue, realmente precisamos ir por outro caminho; precisamos usar outro jeito de trabalhar com esses bloqueios.

Então, alguns sonhos precisam ser realizados e para isso, muitas vezes, é necessário identificar o que está te impedindo. Mas, você precisa abrir mão de alguns sonhos, porque eles não têm lastro na realidade. Qual é o seu caso? Quais são os sonhos guardados nos seus porões? Esses sonhos são formas de desejos e esses desejos agitam sua mente? Então, é preciso chegar a um acordo com eles.

Uma forma simples de lidar com isso é primeiro listar esses desejos sem vergonha de admiti-los. Coloque “preto no branco”, escreva em um papel para você não se enganar. Num primeiro momento, não julgue os seus sonhos e desejos, por mais que eu tenha falado sobre o absurdo de alguns sonhos. Mas, o fato é que muitas vezes, não há como saber se eles são absurdos ou não. Nesse primeiro momento, é muito importante que você os coloque para fora. E, a partir daí, faça um estudo na luz da razão. O que é um sonho completamente sem sentido? É apenas uma criação da sua corrente negativa, ou seja, uma estratégia do “eu” sofredor para sabotar a sua felicidade e para você ficar andando em círculos alimentando dramas.

Veja os sonhos que são passiveis de realização, mas que através da vontade consciente, você não está conseguindo realizar. Nesse caso, a estratégia de persistir na realização do sonho deve mudar, porque quanto mais tenta, mais você se frustra. O treinamento para vencer o campeonato não está adequado. Você pode colocar a força que for, mas não adianta, porque a vontade consciente não é suficiente para realizar; porque existem algumas coisas na sombra e você não consegue enxergar. Por isso, o seu trabalho deve ser identificar o que está no campo da sombra e sabota os seus sonhos. Comece a questionar: “O que em mim sabota a realização desse sonho?”

Você acredita ser impotente, simplesmente porque não está usando a estratégia adequada.

Vamos mostrar um exemplo bem simples, bem material e fácil de ser identificado: você tem como sonho ganhar tanto dinheiro por mês; você já verificou que não é impossível, pois está baseado na realidade, mas através da vontade consciente, você tenta, mas não consegue, acontecem “coisas” no meio do caminho, que não deixam você realizar essa meta. Naquele mês você consegue, mas surge uma despesa extra que leva todo o dinheiro embora. Então, você pensa que é impossível, quanto mais você se esforça para atingir essa meta, mais você se frustra. Atente para uma lei do psiquismo: quanto mais frenética e ansiosa é a sua busca pela realização de algo, através da sua vontade consciente (porém, você não consegue), maior é a sua negação e a sua inconsciência a respeito dessa negação.

Se a sua estratégia é tornar-se consciente dessa negação, não perca o seu tempo tentando mudar o mundo lá fora; não desperdice o seu tempo tentando mudar o outro, isso não é possível. Lembre-se de que tudo que está acontecendo lá fora é somente um reflexo do que está acontecendo dentro de você. Quer mudar lá fora? Tem que mudar dentro. Quer abrir o caminho lá fora? Então, abra o caminho dentro. Quer remover os obstáculos do seu caminho lá fora? Comece fazendo isso dentro.

Trabalhe para identificar os bloqueios que impedem você de realizar os seus sonhos. Você tem que começar de algum lugar, então comece de uma crença, que é um conhecimento emprestado (que neste momento eu estou te emprestando), até que se torne seu conhecimento, ou seja, até que se torne a sua experiência. Este conhecimento é perceber que se você não está conseguindo realizar tais sonhos, é porque existe um “não” dentro de você para esse sonho, por mais que no nível consciente o “sim” seja frenético e urgente. Se realmente há um impedimento, saiba que há um “não”. Esse “não” está dentro de você, mas está na sombra.
O que é sombra? É um nome que indica que está escondido e você não vê. Há que se trabalhar para trazer para o campo aberto.

A capacidade de realização nesse plano é infinita. E a permissividade desse plano também é infinita. Sendo assim, eu posso concluir que tudo é possível, desde que você diga um “sim” completo. Mas, se a mente diz “sim” e o coração diz “não”, você não vai atingir a meta. Pensamento, palavra e ação devem estar unidos na mesma direção. Experimente fazer um exercício: se você identificou o objetivo que quer atingir, diga para si mesmo: “Eu quero atingir essa meta com todas as forças do meu coração.” Veja se você consegue fazer isso. Veja se essa frase sai com força ou não. Observe para ver de onde sai essa afirmação. Quando você está inteiro você sente pulsar no seu corpo todo. Você é um bloco inteiro na mesma direção: pensamento, palavra e ação, estão unidos na mesma direção.

Assim você torna-se um raio de realização: Onde não? Por que não? Se você é um “sim” completo, você vai chegar onde tem que chegar e não vai criar uma meta impossível. Porque esse “sim” é uma manifestação da Inteligência Criadora; uma criação de Deus. Assim, você nunca vai criar uma meta impossível.

Durante certa fase da jornada, os desejos têm um papel importante, porque eles estão trabalhando inclusive para dissolver os “nãos” que ainda estão no sistema. Esses “nãos” estão sendo sustentados por pactos de vingança do passado, significa que ainda tem um passado no seu sistema que ainda não foi integrado. Durante uma fase, você terá que persistir nos sonhos, porque eles estão te ajudando a se curar das mazelas do passado. Eles estão a serviço do seu processo de desenvolvimento pessoal. Quando esse ‘eu’ estiver bem estruturado, tudo muda e começa outra história, é hora de largar os desejos (largar “bem largado”…). Porque você já cansou de brincar com esse brinquedo, mas isso não é uma resistência ou uma fuga.
Você não é incapaz de realizar os seus sonhos. Essa sensação de incapacidade ocorre, porque você não está usando a estratégia correta para atingir a meta e isso faz com que você se sinta impotente. É somente uma questão de ajuste. A princípio você pode tudo.

E o karma? O karma é o seu “não”; é o seu sentimento de não merecimento. O karma não é uma dívida de sofrimento, é uma dívida de aprendizado. Você aprende, ele desaparece. Há que se abrir para aprender a lição.

Os seus principais inimigos são: o orgulho, o medo e a obstinação. E o seu desafio é “transformar o limão numa limonada”. Você tem que transformar esses inimigos em seus mestres. É assim que você entrega o “anel” ao fogo de “Mordor” (referência ao filme Senhor dos Anéis). Assim que você vence Lúcifer (que é o treinador psicológico).

Se você se abre tudo fica muito simples. Realizar sonhos é algo muito simples, fácil e rápido. Eu vou te provar isso ainda. A mente é uma árvore de realização dos desejos. Ela está condicionada e por isso você não consegue usar esse poder. Quando você aprender, você verá que, assim que você pensa, tudo aparece. Você vai querer até largar esse poder e deixá-lo para Deus. É verdade! Eu não quero mais nada, deixo tudo para Deus! Ele que fale o que é bom para mim.

Abençoado seja cada um de vocês. Que possamos chegar a um acordo com o desejo.

Sri Prem Baba

Texto original no link: http://www.prembaba.org.br/india2012/po/?p=1121&d=02.02.2012

Sobre Deus, por Prem Baba


Deus é Um, mas se manifesta de infinitas maneiras, de acordo com a necessidade de cada povo e de cada pessoa.É interessante como o ser humano se relaciona com Deus: de acordo com o seu grau de consciência você percebe Deus de uma maneira. Somente a experiência direta de Deus pode iluminar a sua fé. E, é essa fé que te liberta do medo da morte.

Durante uma fase da evolução da consciência, nós acreditamos que Deus está fora. Esse “Deus” é uma projeção dos nossos pais. Nós desenvolvemos uma crença nesse Deus, mas em algum momento essa crença é questionada. Por mais que a crença promova experiências místicas, essas ainda estão no campo da mente. Você se relaciona com Deus, como se estivesse relacionando-se com uma autoridade fora de você. É uma figura que você tem que adular, para obter os seus desejos realizados, a qual você teme, porque ela pode ficar contrariada com você, caso você não corresponda às expectativas. Você oscila entre essa adulação (que é uma fé cega), e o medo, que também é um fruto da fé cega. Por que fé cega? Porque é fé em uma ideia criada pela mente.

Essa ideia nasce em algum momento da jornada evolutiva, quando a entidade humana começa a questionar os mistérios da vida. Nos primeiros estágios da evolução, a entidade não questiona esses mistérios, ela é movida somente pelo instinto de sobrevivência. Ela vive no presente, mas não no presente eterno, e sim num presente determinado pelos sentidos. Até que em dado momento, ela começa a prestar atenção nos mistérios da vida. O que são esses mistérios? O nascer do sol; o por do sol; a chuva que cai; uma flor que nasce; uma pessoa que morre; uma criança que nasce; uma pessoa que adoece e outra que se cura.
Em dado momento, o ser humano começa a questionar como isso acontece. “Será que existe um criador para tudo isso?” 

Ele se sente muito pequeno diante de tanta grandeza, e precisa acreditar que alguém criou isso. Quem criou? A maior autoridade possível. Mas, qual é a referência de autoridade que ela tem? Quem a criou, ou seja, os pais. Assim, ela começa a projetar nessa ideia de Deus a imagem dos pais. Se ela teve pais bons, amáveis e benignos, assim será Deus para ela. E, se ela teve pais tiranos e cruéis, é assim que ela vai enxergar Deus. Essa projeção é inconsciente, ela não consegue fazer relação entre essa ideia de Deus e os núcleos da personalidade. Mas, se você observar, perceberá que tais pessoas se relacionam com esse Deus como uma criancinha se relaciona com os pais. É uma criancinha que precisa adular os pais para conseguir o que quer ou teme os pais porque pode ser castigada. Esse Deus está fora. Eu costumo dizer que ele está lá em cima, no céu, muito distante, mas ao mesmo tempo, muito perto, olhando de binóculo, para ver os pecados que você comete aqui na Terra.

Em algum momento, você começa a questionar esse Deus. E muitos nesse momento, entram em uma profunda crise; entram no deserto do ceticismo, porque descobrem que esse Deus não existe. Era somente uma criação da mente. Até que isso faça com que a entidade comece a olhar para dentro e comece a assumir a responsabilidade. Assim, vagarosamente, comece a se abrir para ter uma experiência direta de Deus. Não um Deus que é uma ideia criada pela mente, mas sim de Deus que é a Realidade suprema, que age através de cada um de nós e está em todos os lugares. É a inteligência criadora que está agindo em tudo o que é vivo.

A essência dessa vida é aquilo que chamamos de amor, portanto em síntese Deus é amor. Viver em Deus é viver em amor. Esse amor se revela através da Presença e a Presença é o resultado da quietude da mente. A quietude da mente traz a paz e a paz traz alegria. A alegria traz o amor, e o amor abre os portais do infinito e derruba as barreiras da separação e, assim, você vê Deus e o amor em tudo.

Portanto, o foco deve estar em aquietar a mente. Identifique aquilo que agita a sua mente e vá, pouco a pouco, eliminando esses fatores que a agitam. O que agita a mente? O desejo. Por isso, você precisa chegar a um acordo com ele. Segundo um professor da floresta, o Padrinho Sebastião: O desejo é algo que se vive “bem vivido”, ou se larga “bem largado”. Há que se chegar a um acordo com o desejo.


Sri Prem Baba

Texto original no link: http://www.prembaba.org.br/india2012/po/?p=1121&d=02.02.2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sobre o pensamento, do livro "Os muitos caminhos da vida", de Val Eom


"O pensamento tem uma força que nós ainda desconhecemos aqui na nossa materialidade, embora haja já bastantes estudos sendo feitos em instituições respeitáveis e universidades.  Como sabemos, ele propaga-se por ondas, mas tem também uma componente material, por mais estranho que isso possa parecer-nos, que se plasma, que pode ser mensurável em determinadas condições.

Essa substância mental, produzida pelos nossos pensamentos e dos demais, envolve-nos permanentemente,  nela nos nutrimos. Quando pensamos, o pensamento é gerado por nós, obviamente, mas sujeito às influências, quase sempre bastante grandes, do resultado dos pensamentos que existem a nosso redor, ou seja, por essa substância mental a que me referi anteriormente. Dito doutra maneira, ele é fonte geradora de formas, comumente designadas como formas-pensamento e algumas vezes encontramos também, complementarmente, como formas-sentimento. Por sintonia, então, a essência boa ou má dos nossos pensamentos e sentimentos interage com outras formas-pensamento de igual natureza que existam no ambiente, criadas ou não por nós, e ficam como que amplificadas.

Se nós nos mantivermos na mesma frequência, então aquilo que nós geramos regressa a nós, só que, ampliado. Daí a preocupação que devemos ter com os pensamentos, que devem ser sempre elevados, sempre otimistas. Bons pensamentos regressam a nós de forma mais intensa, e criam um ambiente psíquico saudável. O oposto também é verdadeiro, e nada aconselhável: maus pensamentos, pessimismo, derrotismo, más intenções, paixões baixas, etc, criam condições más para nós e para quem nos rodeia. Acontece também que, ao criarmos essas formas-pensamentos estamos, por assim dizer, a materializar e a tornar visível o produto da nossa mente, e assim atraímos Espíritos que nutram pensamentos da mesma natureza. Essas formas-pensamento criadas e materializadas por nós, acompanham-nos durante muito tempo, até que consigamos, nós próprios, mudá-las, o que leva a que, por vezes, mesmo depois de desencarnar elas continuem a perturbar os Espíritos que as criaram.

O pensamento, agindo sobre recursos fluídicos, tem também a capacidade de criar ou plasmar objetos, roupas, móveis utensílios dos mais diversos, o que seja. A essa capacidade de moldagem é dada genericamente a designação de ideoplastia. A mente também é o centro que, por ação da nossa vontade e dos sentimentos, desejos, emoções que nutrimos, comanda e dá diferente forma e natureza ao pensamento. Assim, a massa mental pode ter trajeto, impacto, estrutura e massa distintas, variando em função do tipo de sentimento, de desejo, de emoção. Mesmo enquanto encarnado, a pessoa que produz e se faz envolver com energia negativa, com baixa vibrações, pode projetá-la para outros seres e prejudicar muito. Aparece nas diferentes culturas referida distintamente como mau olhado, ou como quebranto, inveja, feitiço mental, etc. Nestes casos, e uma vez que já vimos que isso é resultado da ação dos sentimentos, dos pensamentos, da vibração, em suma, da energia, então o antídoto deve ser de igual natureza, isto é, bons pensamentos, bons sentimentos, vibração elevada, muita oração, amor, caridade, porque estes anulam os efeitos nocivos que daí pudessem resultar.

O pensamento é, pois, a força motriz, geradora, que associada à vontade e ao atuar sobre a matéria com alguma plasticidade dá origem a formas, a corpos, cria situações, imagens, transmite energia, enfim, o pensamento é um manancial onde as envolventes energéticas, psíquicas e espirituais vão permanentemente beber.

Se, quando mencionamos o pensamento, o entendermos não apenas no sentido abstrato, mas e principalmente, como origem e reflexo da elevação ou baixeza moral, da vibração e da energia por outras palavras, facilmente compreenderemos que eles, os pensamentos, enquanto expressão da mente, dos sentimentos, emoções e desejos de vingança, de profundo ódio e rancor, gerados pelo próprio Espírito e amplificados com o que de suas vítimas lhe é dirigido, têm um impacto grande sobre a sua forma exterior, e sua energia envolvente e sobre sua psique. ... Podemos, portanto, encontrar e viver situações diferentes enquanto encarnados e depois da morte, dependendo, como já sabemos, de nós próprios, do que fomos ontem e do que somos hoje."

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Oração



Quando o sol se pôr e a escuridão invadir meu dia
Mostra-me a Tua luz e eu a usarei para suportar a noite

Quando a calmaria se agitar, transformando-se em tempestade

Faz-me ver a beleza dos raios e força dos trovões
E eu enxergarei Teus olhos em cada gota de chuva

Quando o mar se agitar e eu me sentir a deriva, sozinha

Guia-me até um porto seguro
E ascenderei o farol para outros barcos se guiarem


Quando eu tropeçar e cair

Estende-me Tuas mãos para que eu possa me levantar
E contarei com Teu sorriso para não desistir da caminhada.

A escuridão às vezes é intensa,

O medo às vezes paralisa a alma
Tem dias em que me afogo num copo de água,
Tem horas em que me canso de ser 'eu'.

Mas quando as feridas se abrirem e eu pensar em desistir

Quando a dor me fizer esquecer as vitórias já alcançadas
E quando o cansaço paralisar meu corpo,
Vem, a noite, cuidar da minha alma e lavar minhas feridas
Escuta, por favor, minhas lamentações 

E responde pacientemente as minhas perguntas
Ampara-me em Teu Amor e ensina-me que até na escuridão, há luz.

E então o Sol nascerá novamente

E estarei disposta a voltar a caminhar de volta pra casa.
Voltarei a enxergar a mim mesma, olhando apenas para Você,
E cultivarei minha força através de Teus braços
Dormindo segura a noite, porque Tua Luz estará velando meu sono.

E se um dia eu duvidar de tudo isso

Te peço, meu Deus,
Para me permitir sentir o Teu Amor por apenas mais um segundo
Porque, assim, verei que, no fim das contas, duvidei apenas de mim mesma
Já que, na minha vida, Tu és a única Verdade.



Escrita em Maio/2009.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

APRENDENDO A SILENCIAR A MENTE, por Osho

A verdadeira meditação é sentar-se sem fazer nada — não usar seu corpo nem sua mente. Se você começar a fazer alguma coisa, ou você entrará em estado contemplativo ou estará concentrado, ou executará uma ação — de toda forma, estará movendo-se para fora de seu centro.

Quando você não estiver fazendo absolutamente nada, seja física ou mentalmente, ou em qualquer outro nível, quando toda atividade houver cessado e você estiver apenas sendo, isso é meditação.

Não a pratique, não a faça.
Apenas compreenda-a.

Sempre que você conseguir, pare todo o resto e encontre tempo para apenas SER.

Pensar também é fazer, concentrar-se também é fazer, contemplação é fazer. Mesmo que seja um único momento em que você não esteja fazendo nada e esteja apenas em seu centro, completamente relaxado, isso é meditação.

E quando você se acostumar, poderá ficar nesse estado por quanto tempo quiser.
Com o tempo, poderá ficar nesse estado durante as 24 horas do dia se desejar.

Após ter experimentado esse estado de tranquilidade, então, aos poucos, você começará a fazer coisas, mantendo-se alerta para que seu ser não seja perturbado. Essa é a segunda parte da meditação.

Primeiro, aprender a simplesmente ser, depois aprender pequenas ações: limpar o chão, tomar banho, mas sempre mantendo-se no centro.

Por exemplo, você pode estar lendo esse post, mas sua meditação não será perturbada.
Pode continuar falando, mas em seu centro não há sequer um ruído.
Há apenas silêncio, silêncio absoluto.

A meditação não é contra a ação, pois sua vida continua e, na verdade, torna-se mais intensa, mais cheia de alegria, com maior clareza, mais visão e mais criatividade. Ainda assim, você está nas nuvens, um observador nas montanhas, apenas vendo o que ocorre a seu redor, em seu CENTRO.

Você não é aquele que faz, mas sim o que observa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Sobre liberdade e fé



Anos e anos já se passaram nesse planeta e nós ainda não conseguimos compreender o mecanismo da fé na vida humana. Continuamos confundindo a fé com a crença e nos acorrentamos cada vez mais a uma racionalidade limitada, distanciando-nos consequentemente da Verdade libertadora ensinada por Cristo.

A crença direciona-se sempre a um objeto externo seja ele uma ideia, igreja, mestre, filosofia, ritual ou dogma. Muitos dos que abraçam o espiritualismo, hoje em dia, caem na armadilha da crença sem que disso se deem conta. Passam a direcionar sua atenção e moldar suas vidas com base num mestre iluminado ou numa ideia nova vinda de um missionário rejeitado pelas tradições, e cometem o triste erro de pensar que isso em muito se diferencia do apego dos adeptos a religiões ou instituições. Sempre que nos movemos direcionando a nossa energia, credibilidade e atenção a algo fora de nós, agimos com base na crença, e não na fé. Não importa se esse algo externo é uma ideologia nova, ou um novo método libertador e belo de autoconhecimento, ou um ensinamento sagrado de um dos grandes mestres que essa humanidade já recebeu: se basearmos nossa missão individual apenas nisso, seremos escravos da crença. Viveremos bem e nos movimentaremos com conforto, firmes em nossos propósitos e em paz com nossas consciências, enquanto o objeto externo se mantiver lá nos sustentando. Mas se algo o abalar, estaremos perdidos, confusos e solitários. 

Ao contrário da crença, a fé liberta, pois se baseia na verdade crística que existe dentro de nós. A fé não busca um objeto externo, pois ela alimenta-se em nossa própria consciência, sustenta-se com o amor do nosso SER superior e movimenta-se livremente por esse mundo, sem nos aprisionar e sem se conter em canto algum. Todos os meios externos - religiões, rituais, filosofias, ideologias, ensinamentos, livros, cantos, mestres - todos estes são instrumentos de auxílio, placas no caminho para que encontremos a fé para alimentarmos a nossa existência. A fé verdadeira vem da simples descoberta, do simples percebimento de que somos muito mais do que um amontoado de pensamentos e sentimentos descontrolados, que somos muito mais do que espíritos que nascem e morrem, que sofrem e aprendem; somos essência, somos amor, somos manifestação de uma consciência superior que atua no mundo material através do espaço que abrimos em nossa individualidade. 

Se conseguirmos ver além do que desejamos, além do que pensamos, além do que fazemos e ainda mais além daquilo em que acreditamos, perceberemos que é um simples esforço de despertar, de perceber o que nos sustenta. Descobriremos, então, que todas as crenças, tudo o que é ensinado à humanidade, todos os dogmas, rituais e ensinamentos são apenas pistas deixadas por aqueles que um dia descobriram realmente a fé e a viveram com toda a liberdade que ela promove no indivíduo. A estes só o que resta a fazer é deixar indicativos, pois a busca é pessoal e intransferível, a paz de espírito e liberdade de consciência é uma conquista de cada um, é responsabilidade individual. 

Temos caminhado por tanto tempo confundindo as placas com a estrada, os meios com os fins, e ainda nos questionamos por que não conseguimos nos libertar do vazio que toma nosso coração. A fé é o alimento da existência. Ela nasce no amor incondicional do SER que realmente somos e move-se para iluminar nosso entorno, sem depender de nada do que falamos, que ouvimos ou vemos fora de nós. É essa a fé que liberta, que nos mantém fortes diante das adversidades, que nos faz inabaláveis perante os desmoronamentos que por vezes ocorrem no plano material. 

Estamos em tempos de desconstrução. Filosofias, dogmas, novas ideias, ensinamentos sagrados, religiões, instituições, trabalhos em grupo, tudo em que até agora acreditamos será abalado, destruído e modificado. Aqueles que estiverem apegados à crença, mesmo que disso não se apercebam, os que ainda se movimentam na horizontalidade da existência, que ainda dependem de instrução alheia e os que se movem de acordo com o que o mundo externo oferece sofrerão, pois verão desconstruído o que lhes era inabalável e pensarão ter perdido a fé. Pensarão ser isso um terrível fardo e ficarão confusos, sem saber como caminhar a partir daqui. 

O sofrimento destes cessará assim que descobrirem que a fé não se perde, pois que ela nasce da fonte inesgotável da consciência e não precisa de nada externo e racional para se movimentar. Pararão de sentir dor assim que compreenderem que devem abandonar a crença e descobrir, enfim, a fé libertadora que tantos mestres viveram e sobre a qual falavam. O apego ao que tem que ser desconstruído trará ainda mais turbulência, pois a alma humana, infelizmente e em muitos casos, só consegue abrir os olhos quando as sólidas estruturas da vida externa são abaladas. Não há necessidade de sofrer, não há uma punição sendo imposta a nenhum dos filhos terrenos, mas existe a nova consciência que se instala no planeta e tudo o que a ela não se adaptar, terá que ser desconstruído. 

Essa não é a era da crença, nem de mestres fora de nós. É a era do despertar, da responsabilidade existencial, da conexão com a consciência em nós. Ainda teremos as placas, ainda teremos os instrumentos amorosamente deixados, mas já é hora de caminhar enfim, sem a ninguém culpar, sem de ninguém esperar. Urge o momento de percebemos o mundo em nós, a fé libertadora da consciência, pois sem nos apercebermos disso, nada poderemos fazer pelos que estão a nossa volta. Imersos à crença, em tempos de desconstrução, apenas espalharemos em nosso entorno revolta e incertezas, causando ainda mais sofrimento e atrasando ainda mais a construção do novo tempo. 

Que então a fé se estabeleça, trazendo-nos o equilíbrio e a sabedoria dos despertos, para que saibamos separar o joio do trigo, para que consigamos ler todas as placas com amor incondicional e desapego. Já é hora da liberdade, já é hora de nos alimentarmos diretamente na fonte, para que passemos a nos sustentar na fé inabalável que a ninguém quer convencer, que com ninguém busca discutir, que de ninguém exige coisa alguma. A fé que nos faz amar apenas, que nos dá a capacidade de nos movimentar em meio ao conflito e através da dor, sem nos deixar contaminar pelo sofrimento, sem nos permitir derrubar pelo orgulho, pela vaidade e pelo desejo de saber todas as respostas. É um novo tempo, enfim; e que bom que nem nisso precisarmos acreditar, pois a crença nada nos acrescenta, nunca, em tempo algum e por nenhuma razão.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ciência do Bem Viver, por Joanna de Angelis através de Divaldo Franco


Tranquilamente, confiante, avança, passo a passo, pelo caminho da evolução. Não busques, nem fujas dos fenômenos da existência física.
Intenta ser o controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso não te infelicite nem o êxito te exalte.
Na paz interior descobrirás a libertação das dores, porque lograrás vencer as paixões.
Utilizando-te de uma consciência equânime, aceita as ocorrências positivas e negativas com a mesma naturalidade, sem sofreguidão nem indiferença.
Mantém-te interiormente livre em qualquer circunstância, adquirindo a ciência verdadeira do viver.
A ilusão fascina, mas se desvanece.
 A posse agrada, porém se transfere de mãos.
 O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa.
 O prazer alegra, todavia é efêmero.
A glória terrestre exalta e desaparece.
O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido...
A dor aflige, mas passa.
A carência aturde, porém um dia se preenche.
A debilidade orgânica deprime, todavia, liberta da paixão.
O silêncio que entristece, leva à meditação que felicita.
A submissão aflige, entretanto engrandece e enrija o caráter.
O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.
Todas as situações no mundo sensorial passam, mudam de posição e de forma.
A essência da realidade, porém, permanece sempre a mesma.
Nada é definitivo na aparência.
Apenas o que tem valor intrínseco é duradouro.
Quem, espontaneamente, se abstém dos sentidos e das exterioridades, sem mágoa nem frustração, encontrou a ciência de bem viver.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O alimento da luz de nossa alma





Não existem nesse planeta soluções fáceis ou definitivas, no entanto, somos sempre levados a acreditar que estamos prontos, que o trabalho já foi feito, que já é hora de descansar merecidamente, e é aí que reside nossa perdição. Temos apenas uma função: a de acender a luz de nossa alma para iluminar o entorno, porém, isso implica também e principalmente em manter essa chama acesa e forte, pois a qualquer mal passo ou distração, ela pode se enfraquecer e até se apagar.

O "mantede-vos vigilantes" que Cristo nos disse tinha esse condão: o de nos mostrar que nunca estamos prontos, nunca estamos despertos definitivamente ou libertos de nosso ego para sempre. É preciso manter a vigilância constante, a observação atenta a nossos pensamentos, sentimentos e ações. Caso contrário, nossa luz poderá se apagar e estaremos novamente imersos na escuridão do ego humano, sem que disso tenhamos a mínima noção.

Ficaremos nos debatendo, nadando em meio a confusões mentais e complicações emocionais, agora com um estranho peso, uma estranha imobilidade perante os problemas. Os sentimentos contraditórios se avolumarão, assim como os pensamentos conturbados, e já não seremos mais donos de nós mesmos, mas meros indivíduos perdidos entre problemas que nós mesmos criamos. E assim é que uma alma se apaga e se enfraquece, até que a força do espírito se faça novamente presente, nem que seja por instantes, nem que seja por um momento. Sendo sincera e profunda o sufuciente, logo a alma passa a mandar sinais psíquicos de que algo está errado no direcionamento da personalidade e surge em nós a instabilidade.

Passamos a ser palco de uma luta entre o que realmente SOMOS e o que ESTAMOS, e se não estivermos atentos e conscientes disso, o cansaço nos toma a força. O ego resiste, luta, quer fazer-se forte e manter-se no controle, e logo surgem as certezas humanas, as distrações e desculpas para que nos afastemos da redescoberta de nós mesmos.

Temos que nos redescobrir todos os dias, nos iluminar a cada instante, despertar nossa consciência a todo momento, pois ardiloso é nosso ego que nos enlaça nas opiniões, achismos e poderes humanos. Ser direcionado pelo ego, viver apenas a nossa atual personalidade no dia a dia é uma opção, porém é uma escolha que cobra um preço e um sacrifício, principalmente daqueles que em algum momento dessa ou de outras vidas já tocaram a sua essência divina: o ego nos cobra a paz mental, emocional e espiritual, e move-se na inquietude e na conturbação. O espírito permanecerá mandando os sinais que virão sempre manifestados nos sentimentos que não compreendemos.

Porém, não poderemos fugir da luta e do enfrentamento da nossa própria consciência. Em algum momento teremos que dar atenção a nós mesmos e àquilo que nossa consciência profunda quer nos dizer, e voltaremos a dar atenção às disciplinas de pacificação, de iluminação e a tudo aquilo que alimenta e fortacele a nossa alma, abrindo espaço em nossa personalidade para que o sagrado direcione nossos passos com sabadoria e paz.

Ao tocar novamente a nossa alma, perceberemos o tempo que perdemos com conjecturas inúteis, nos debatendo para solucionar problemas criados por nós mesmos e por nossa incapacidade de controlar nossos pensamentos e sentimentos e teremos de volta a PAZ que nos é própria. Assumiremos novamente a nossa responsabilidade existencial e a VIDA se fará em nós, para que manifestemos o sagrado em nossos passos, no dia a dia, com as pessoas a nossa volta, fazendo de nossa vida oração e poesia oferecidas ao divino. E teremos que seguir vigilantes, alimentando a chama mais uma vez acesa para que os ditames da vida material não a enfraqueça novamente. Nada é mais importante, nada é mais belo. E só...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Oposição ao Bem



Se de início uma ideia não parecer absurda, então não há esperança para ela. (Albert Einstein)


NA PÁGINA 196, DO LIVRO "JORNADA DOS ANJOS" - A ESPIRITUALIDADE SE DIRIGE A JAN HUSS, ALERTANDO-O, DA

SEGUINTE FORMA:



" - Estamos aqui hoje, Jan, para alertá-lo e prepará-lo. A situação poderá tornar-se mais difícil. Há imensa movimentação das trevas opondo-se ao trabalho do Mestre, que se realiza através de você.

- Eles sempre se opõe, não é verdade?

- Sim, até quando as leis divinas o permitirem.



(...) previno-te, porque é ao mundo inteiro que se trata de agitar e de transformar. Não creias que te seja suficiente publicar um livro, dois livros, dez livros, e ficares tranquilamente em tua casa; não, é preciso te mostrares no conflito; contra ti se açularão terríveis ódios, implacáveis inimigos tramarão a tua perda; estarás exposto à calúnia, à traição, mesmo daqueles que te parecerão mais dedicados; as tuas melhores instruções serão impugnadas e desnaturadas: sucumbirás mais de uma vez ao peso da fadiga; em uma palavra, é uma luta quase constante que terás de sustentar com o sacrifício do teu repouso, da tua tranquilidade, da tua saúde e mesmo da tua vida, porque tu não viverás muito tempo. (Espírito Verdade - O Que é o Espiritismo)



(...) dez anos e meio depois que esta comunicação me foi dada, e verifico que ela se realizou em todos os pontos, porque experimentei todas as vicissitudes que nela me foram anunciadas. Tenho sido alvo do ódio de implacáveis inimigos, da injúria, da calúnia, da inveja e do ciúme; têm sido publicados contra mim infames libelos; as minhas melhores instruções têm sido desnaturadas; tenho sido traído por aqueles em quem depositara confiança, e pago com a ingratidão por aqueles a quem tinha prestado serviços (...). (Allan Kardec - O Que é o Espiritismo)



A Falange Espírito Verdade nos diz no ESE - Cap. XXIV item 15, na lição, “Coragem da Fé,” que: “A coragem de manifestar opinião própria sempre foi estimada entre os homens, pois há mérito em enfrentar os perigos, as perseguições, as contradições, e até mesmo as simples ironias, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente as idéias que não são as de todos. Nisto, como em tudo, o mérito está na razão das circunstâncias e da importância do resultado”.



Lembra-nos ainda, na mesma obra citada, Capítulo XXIII item 12: “Toda idéia nova encontra forçosamente oposição, e não houve uma única que se estabelecesse sem lutas. Nestes casos, a resistência é proporcional à importância dos resultados previstos, pois, quanto maior for a idéia, tanto maior será o número de interesses ameaçados”.



E recomenda-nos, agora no Cap. VIII item 8: “Obedecei à grande lei do progresso que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha seu entendimento! Infeliz! Pois nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, o atingiremos com o chicote e forçaremos sua vontade rebelde com a dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas, bem-aventurados aqueles que são mansos, pois receberão com doçura os ensinamentos”.



“(...) apelo a todos os adversários de boa-fé e os desafio a dizer se se deram ao trabalho de estudar o que criticam; porque, em boa lógica, a crítica só tem valor quando o crítico conhece aquilo que critica. Zombar de uma coisa que não se conhece, que não se pesquisou com o critério do observador consciencioso, não é criticar, é dar provas de leviandade e dar uma pobre ideia de sua capacidade de julgamento (...)”. (Allan Kardec - O Livro dos Espíritos)

sábado, 2 de junho de 2012

Liberdade e espinhos

O Despertar Espiritual para alguns é como correr livremente por um campo verde. Deseja-se a sensação de liberdade, a comunhão com a natureza, a unidade. Só que a maior parte das pessoas desejam correr descalças e acabam por ferir a sola dos pés com os diversos espinhos que existem escondidos no chão, e passam assim a rejeitar a idéia anterior passando a vê-la como tolice ou utopia. Essa pessoa não percebe que a responsabilidade era sua de se proteger, se equipar com os instrumentos que lhe poupariam os ferimentos. Um bom calçado, por exemplo, protegeria os pés de forma que os espinhos passariam despercebidos.

Os espinhos ainda estariam ali, mas não causariam mais dor aos que estivessem preparados para eles. É tolice perder tempo tentando remover todos os espinhos do campo para só então correr livremente por ele. Mais sábio é proteger os próprios pés e fazer o que se quer fazer sem deixar que as dores se transformem em impedimento.

Assim é o caminho espiritual: a quem vê de fora é apenas o prazer da liberdade, a plenitude, e realmente é. Só que muitos são os espinhos espalhados pelo caminho. Aos despreparados, a dor é inevitável. Alguns desistem e passam a rejeitar esse caminho. Outros prosseguem suportando a dor a fim de sentir em algum momento a tão almejada liberdade. Esse é o caso dos que suportam flagelos e sacrifícios físicos a fim de domar o corpo e submeter o ego. Porém, apesar dessa escolha ser um ato de coragem, não há necessidade da dor e do sofrimento; não mais. O trilhar pode ser suave, prazeroso para aqueles que se calçam, para os que se protegem e passam a ver o mundo com as lentes do Amor Incondicional.

Você pode já ter tentado percorrer o caminho descalça, pode já ter se ferido muitas e muitas vezes, pode ter pensado em desistir ou em suportar, porém agora aprendeu, enfim, que a dor não é mais necessária àqueles que se submetem aos sacrifícios exigidos pelo amor maior.

No que diz respeito ao alimento, todas as consciências menores, de qualquer alimento, pode ser purificada por aquele que já despertou em si a verdadeira energia amorosa. O homem que está em união com a consciência pura não é escravo de nada: nem do que come, nem do que vê, ouve, respira, pensa ou sente. Ele é mestre de su mesmo e como tal pode controlar e transmutar a energia do mundo a seu redor a partir do mundo dentro de si.

Quando o mestre Jesus lhes ensinou: “O que faz mal não é o que entra pela boca do homem, mas o que sai”, ele queria que percebêssemos que para aquele que se preocupa com seu papel no mundo, com o que causa nos outros, assumindo a responsabilidade existencial e amando o suficiente para emanar apenas o que é belo, para este pouco importa o alimento que ingere, pois que qualquer coisa que coma será tocada pelo amor de sua essência já desperto na personalidade.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Silêncio...



E no fim de tudo isso a gente percebe que só o que realmente nos fala é o Silêncio...e nada mais importa, nem pesa. Desfaz-se apenas: as correntes e laços mal dados, os fardos e fados mal contados, as dores e amores mal amados!!! Resta o Si e o tom...a vagar na doce poesia da vida que se esconde por trás do barulhento mundo dos ditos pensantes!!! E nada mais é além disso...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Se, por Prof. Hermógenes




Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia…

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas…

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser…

Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo…

Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou…

Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio…

Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu…

Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia…

Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende…

Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim…

Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito…

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz…

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou…

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.



http://www.youtube.com/watch?v=dD7lBownfBU